2 de ago. de 2012

Nossas medalhas são muito caras

Medalhas brasileiras: oito vezes mais caras que as americanas
Mais um dia de Jogos Olímpicos e mais frustração. Após um início animador, com as belíssimas conquistas do 1º dia (ouro e bronze no Judô e prata na natação), tivemos uma trégua de pódios.

A decepção é maior se analisarmos os investimentos que foram feitos nos últimos anos com dinheiro público. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) investiu R$ 531 milhões oriundos de programas do Ministério do Esporte e da Lei Piva e tem como meta repetir as 15 medalhas de Pequim 2008.

Caso a meta seja atingida, cada medalha terá custado a bagatela de
R$ 35, 4 milhões. Isso só levando em conta o DINHEIRO PÚBLICO. Não entram aqui verbas de patrocínio recebidas isoladamente pelo COB, por cada federação ou atleta.

Para que se tenha um parâmetro de comparação, no ciclo olímpico de Pequim 2008, o USOC (Comitê Olímpico Americano) investiu US$ 232 milhões, cerca de R$ 465 milhões, e os EUA conquistaram 110 (isso mesmo, CENTO E DEZ) medalhas. Cada medalha "custou" R$ 4,2 milhões. Nossas medalhas são mais de OITO vezes mais "caras" que as americanas.

O Brasil tem todas as condições para se transformar em potência olímpica. Temos uma diversidade humana maravilhosa, temos os recursos financeiros para serem investidos (notem que o COB investiu mais que o USOC).

Faltam planejamento e vontade política. Falta política de esporte escolar. Falta descobrir os talentos quando ainda podem ser efetivamente trabalhados.

Se aproveitarmos as Olimpíadas do Rio e começarmos a implantar as mudanças necessárias e investirmos de forma certa, podemos nos transformar em potência esportiva, e não apenas vibrar por conquistas isoladas.

Sucesso.

Mario Linhares

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