9 de ago. de 2012

Londres 2012: Brasil iguala o número de medalhas de Pequim 2008

Delegação brasileira no desfile da cerimônia de abertura
O Brasil já garantiu o mesmo número de medalhas em relação à última edição dos Jogos Olímpicos: quinze. 

Em Pequim, conquistamos três ouros, quatro pratas e oito bronzes. Em 
Londres já estão definidos dois ouros, duas pratas e sete bronzes. Outras quatro medalhas já estão garantidas, falta definir a cor: o Futebol Masculino e o Vôlei Feminino (ouro ou prata) e o Boxe, com os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão (ouro, prata ou bronze).

Podemos ultrapassar a marca de medalhas de Pequim com a Vela, na Classe 470 feminina. Fernanda Oliveira e Ana Barbachan estão em 5º e vão disputar a Medal Race no sábado com possibilidade de bronze. No Taekwondo, Natália Falavigna é candidatíssima ao pódio em todas as revistas especializadas.

Ainda tem o Vôlei Masculino. A equipe de Bernardinho disputa amanhã a semifinal com a Itália. Se ganhar é no mínimo prata. Se perder ainda vai disputar o bronze.

Na prova mais nobre dos Jogos, a Maratona, temos o Marilson dos Santos, tricampeão da São Silvestre e bicampeão da Maratona de Nova Iorque. Ele conquistou a melhor marca da carreira na Maratona de Londres do ano passado (2:06'34"), quando foi 4º colocado. Este ano ele disputou novamente para estudar o percurso e ficou em 7º. Não forçou por causa da preparação olímpica. 

Podemos torcer também para o Pentatlo Moderno Feminino. A Yane Marques só não ganhou medalha em Pequim  (foi 5ª colocada) porque teve problema com o Hipismo. Para Londres está muito forte e vem embalada com o Bronze no Campeonato Mundial. E agora tem um cavalo "porreta" como ela mesmo define!!! 

Parabéns a nossos campeões - atletas e comissões técnicas - verdadeiros herois!!! Estas duas semanas foram exemplos de superação.

Sucesso.

Mario Linhares

4 de ago. de 2012

A importância da preparação psicológica

Fabiana Murer: campeã mundial não se classificou para a final olímpica
Estas Olimpíadas têm sido um grande exemplo para todos nós.

O que mais me chamou a atenção no dia de hoje foi ter visto dois atletas brasileiros, campeões mundiais em suas provas, Fabiana Murer - no salto com vara - e Mauro Vinícius da Silva, o Duda - no salto em distância, terem desempenhos muito abaixo do esperado em suas provas. Fabiana nem se classificou para a final e Duda terminou em sétimo, após queimar quatro saltos na final.

Notem que ambos eram candidatíssimos a conquistas de medalhas em todas as listas especializadas do mundo.

Podemos citar outros casos de atletas brasileiros ou de outras nacionalidades, mas o importante aqui é um ponto: por que, depois de um ciclo olímpico perfeito, com marcas que os qualificaram à condição de favoritos, tiveram um resultado tão abaixo do esperado?

Podem ter certeza que foi por descontrole emocional. Muitos chamam isso de "amarelão", eu não gosto deste termo. O fato é: eles erraram fundamentos que treinam à exaustão há anos, diversas vezes por dia, faça chuva ou faça sol.

Há muitos exemplos de atletas de ponta, recordistas mundiais que, na hora H, perderam a tão esperada medalha por "detalhes". Por descontrole emocional. O mais famoso que me vem à mente foi Sergei Bubka. Ele ganhou ouro em sua primeira Olimpíada (Seul - 1988), quando ainda não era recordista mundial. Depois disso, quebrou o recorde mundial 35 vezes no salto com vara, até chegar aos 6,15 metros (marca que muitos consideram imbatível!!!). Disputou mais três jogos (Barcelona - 1992, Atlanta - 1996 e Sydney - 2000). Era franco favorito em todos. Resultado: desempenho pífio, muito abaixo do esperado. NENHUMA medalha!!! Quando precisou mostrar que era o melhor (e era!!!), faltou preparo psicológico.

Se atletas de alta performance, verdadeiros e indiscutíveis campeões, passam por isso, o que será de nós, simples mortais, ao lidar com pressão? O que fazer?

Prepare-se à exaustão. Domine as competências necessárias. Mentalize todas as possibilidades, boas e ruins. Desenvolva alternativas e caminhos a seguir para cada uma delas. Fortaleça-se psicologicamente. E o principal: imagine-se vencedor.

Toda realização nasce primeiro no plano mental. Antes de vencer no mundo físico, você tem que fazê-lo no mundo mental.

Sucesso.

Mario Linhares

2 de ago. de 2012

A superação é a maior conquista

Michael Phelps: 22 medalhas olímpicas e 37 recordes mundiais
O nome Michael Phelps é sinônimo de superação.

As conquistas mais conhecidas são as esportivas:
Phelps é o maior medalhista dos Jogos Olímpicos com 22 medalhas (18 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze). Além disso é o único tricampeão olímpico de natação - em duas provas: 200 metros medley e 100 metros borboleta. Sem falar nos incríveis 37 recordes mundiais. Dificilmente surgirá um outro nadador tão completo.

Ao ver estes resultados pode-se, em um primeiro momento, imaginar que este super campeão nasceu, cresceu e se desenvolveu de forma perfeita e não teve que superar nenhuma barreira para chegar aonde chegou. O que pouca gente sabe é que, quando criança, poucos imaginavam que ele teria algum sucesso em sua vida, dentro ou fora do esporte.

Muito cedo ele foi diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - TDAH, uma síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Por causa do TDAH, foi um aluno problemático, sendo frequentador assíduo da sala do diretor de seu colégio. As brigas e suspensões eram frequentes.

Poucas coisas prendiam sua atenção. Entre elas estava a natação, que começou aos sete anos por recomendação médica - ele sofria de asma. Aos dez anos bateu o recorde americano na sua faixa de idade. Neste mesmo ano foi suspenso mais de dez vezes. Aos doze foi expulso da escola por brigar em sala de aula. O motivo? Era vítima constante de bullying e foi chamado de retardado por um colega.

Neste mesmo ano foi "adotado" pelo técnico americano Bob Bowman, que providenciou acompanhamento especializado e conseguiu que ele mantivesse o foco no desenvolvimento de seu grande potencial.

Valeu à pena. Aos quinze anos participou das Olimpíadas de Sydney (2000) sem conquistar medalhas, mas chegando a uma final. Alguns meses depois tornou-se o atleta mais novo da história a bater um recorde mundial da natação nos 200 metros borboleta.

Aos 19 anos, foi para sua segunda Olimpíada, Atenas (2004). Nadou em oito provas. Ganhou medalhas em todas (6 ouros e 2 bronzes). Neste mesmo ano foi preso por dirigir alcoolizado e foi condenado a 18 meses de serviços comunitários. Foi "crucificado" pela mídia. Isolou-se e focou apenas em treinamentos e nos estudos. Tinha acabado de entrar na Universidade de Michigan.

Quatro anos mais tarde, nas Olimpíadas de Pequim, ganhou TODAS as oito provas que disputou, batendo o recorde de Mark Spitz - sete ouros em Munique (1972). Virou o queridinho da America. Até ser filmado fumando maconha em uma festa na universidade. Foi mais uma vez "crucificado" e desta vez suspenso por doping.

Aproveitou para estudar e conseguiu se formar - algo impensável alguns anos antes - em Marketing.

Em Londres, quatro ouros e duas pratas. Recorde de medalhas olímpicas. Tornou-se um ícone mundial. Superou a desconfiança de colegas, dos professores, da família, provavelmente dele mesmo. Virou referência. Por ser perfeito? Longe disso. Foi por ter direcionado todo o seu talento, toda a sua energia para superar suas deficiências, suas fraquezas.

Esta é sua maior conquista: ele nunca deixou de ser humano. Apenas se superou.

Sucesso.

Mario Linhares

Nossas medalhas são muito caras

Medalhas brasileiras: oito vezes mais caras que as americanas
Mais um dia de Jogos Olímpicos e mais frustração. Após um início animador, com as belíssimas conquistas do 1º dia (ouro e bronze no Judô e prata na natação), tivemos uma trégua de pódios.

A decepção é maior se analisarmos os investimentos que foram feitos nos últimos anos com dinheiro público. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) investiu R$ 531 milhões oriundos de programas do Ministério do Esporte e da Lei Piva e tem como meta repetir as 15 medalhas de Pequim 2008.

Caso a meta seja atingida, cada medalha terá custado a bagatela de
R$ 35, 4 milhões. Isso só levando em conta o DINHEIRO PÚBLICO. Não entram aqui verbas de patrocínio recebidas isoladamente pelo COB, por cada federação ou atleta.

Para que se tenha um parâmetro de comparação, no ciclo olímpico de Pequim 2008, o USOC (Comitê Olímpico Americano) investiu US$ 232 milhões, cerca de R$ 465 milhões, e os EUA conquistaram 110 (isso mesmo, CENTO E DEZ) medalhas. Cada medalha "custou" R$ 4,2 milhões. Nossas medalhas são mais de OITO vezes mais "caras" que as americanas.

O Brasil tem todas as condições para se transformar em potência olímpica. Temos uma diversidade humana maravilhosa, temos os recursos financeiros para serem investidos (notem que o COB investiu mais que o USOC).

Faltam planejamento e vontade política. Falta política de esporte escolar. Falta descobrir os talentos quando ainda podem ser efetivamente trabalhados.

Se aproveitarmos as Olimpíadas do Rio e começarmos a implantar as mudanças necessárias e investirmos de forma certa, podemos nos transformar em potência esportiva, e não apenas vibrar por conquistas isoladas.

Sucesso.

Mario Linhares